A linda história de superação de um ex pastor evangélico

Quero compartilhar com vocês uma história muito importante de alguém que foi vítima dos falsos pastores, mas, que conseguir se libertar e recomeçar. Essa história é magnífica e você pode entender melhor como esse processo de abuso religioso acontece em meu livro Traumas Religiosos e também Gatilhos Mentais.
“Eu quero começar este depoimento dizendo que é possível recomeçar, é possível. Ainda menor de idade, eu ia muito na igreja com meus pais, eles me levavam lá e eu assistia também aos programas de tevê de certas igrejas evangélicas. Então eu já frequentava o programa de adolescentes, ainda menor de idade. Eu achava muito interessante e gostava muito, ficava admirado ao ver aquelas pregações, os pastores pregando com tanta atenção, pessoas ali contando testemunhos de libertação, de cura, de milagre.
Então quando eu fiquei maior de idade, continuei a frequentar a igreja, até mesmo porque não precisava mais dos meus pais me levarem. Eu ia sozinho no centro daqui da cidade de BH, sou de Belo Horizonte, Minas Gerais. Com o passar do tempo, eu frequentando a igreja, muito assíduo, fui convidado para entrar no grupo jovem, e fiquei durante um tempo nesse grupo. Eles, percebendo ali a minha dedicação, rapidinho fui levantado e fiquei um bom tempo como obreiro.
Depois eles me fizeram o convite para ser pastor da igreja, me falaram que eu tinha um chamado e que não podia negar, que eu tinha que atender esse chamado. Muitas almas estavam me esperando e, como pastor, eu teria muito mais possibilidade, porque estaria trabalhando em tempo integral a favor da obra de Deus.
Então eu larguei isso tudo, porque eles falaram que eu deveria largar tudo e trabalhar somente pela obra de Deus, para a obra de Deus. Nada poderia me atrapalhar, nada poderia tomar o meu tempo, já que eu me dedicaria totalmente para a obra. Larguei o trabalho e fui com toda alegria, com toda satisfação no meu coração, acreditando nesse tal chamado, que muitas almas estavam me esperando e que eu deveria realmente largar tudo e atender esse chamado. Sentia-me uma pessoa especial, extremamente especial, escolhida a dedo pelo próprio Deus.
Nos primeiros meses eu estava assim, deslumbrado, porque eu vivia para ganhar almas, eu vivia para a obra de Deus. Eu estava em êxtase total, me senti uma pessoa privilegiada, além de milhões, porque Deus me escolheu para ser uma atalaia nas mãos dEle. Eu trabalhava em tempo integral, pregando, atendendo as pessoas, orando, ouvindo testemunho, enfim, eu estava realmente me sentindo assim, uma pessoa mais do que especial.
Mas depois, com o convívio com os pastores mais antigos da igreja e que já eram regionais — já eram pastores assim já com uma certa credibilidade, já bem conhecidos, bem sólidos ali na igreja —, eu comecei a andar com esses pastores mais antigos e percebi que o comportamento deles no altar era uma coisa e aqui fora era outra. Comecei a perceber que esses pastores, na maioria casados, sempre comentavam sobre mulheres, reparavam muito nas jovens da igreja, falavam muito na questão da bebida, mas alguns bebiam as cervejas Heineken e Budweiser. Eles bebiam quando nos encontrávamos e íamos almoçar ou jantar depois da reunião. Nós íamos nos restaurantes mais chiques da cidade, e ali ninguém tomava refrigerante, todo mundo tomava cerveja, e eu achava estranho porque sempre entendi que cerveja era pecado; pelo menos quando eu era membro escutava isso.
Então acabei descobrindo que muitos desses pastores adulteravam, traíam suas esposas. Na frente delas, na frente do povo, era uma coisa; era uma santidade só, mas quando saíam do altar pareciam outra pessoa. Muitos iam em casa de massagem, muitos iam em casas de prostituição, isso depois da reunião, e eu percebia que muitos levavam até o envelope que o povo cumpria, o envelope no dia X que eles determinavam da campanha. Quando terminava a reunião, às vezes eles saíam assim com a roupa mesmo, de terno e tudo, botavam aqueles envelopes com dinheiro na mala e saíam. Quando chamavam a gente para ir junto, eu nem imaginava para onde estava indo. Quando chegava o carro, eu estava entrando justamente no prostíbulo, só que desse mais top, mais discreto, não tem placa, não tem nada, só quem frequenta que sabe! Então eu comecei a perceber a hipocrisia do sistema. Toda reunião tem metas para você cumprir; se não cumprir você simplesmente é como um gado, desprezado, humilhado, e aqueles que cumprem as metas são exaltados.
Eu comecei a perceber que não adiantava depois chegar no líder e contar tudo isso, porque eu percebia que esses homens que davam lucro para a instituição — quando o escândalo, o pecado deles era descoberto e vinha à tona — nunca eram punidos ou excluídos da igreja; pelo contrário, eles eram transferidos para outra cidade ou para outro estado. Quando o escândalo era muito grande, eles iam para outro estado, e chegavam no outro estado e faziam a mesma coisa. Por que eles não eram tirados? Porque eles traziam muito lucro para a igreja, eram grandes arrecadadores de oferta, e eu comecei a perceber que aquilo que eles chamam de obra de Deus não é obra de Deus, aquilo é uma empresa religiosa, aquilo ali é uma empresa disfarçada de igreja, porque tudo é em volta do dinheiro, tudo tem que ter dinheiro na frente.
Eu participei de várias reuniões de pastores com líderes do ministério, e o assunto era só dinheiro. Quando chegava no ouvido deles algum escândalo de prostituição, de adultério, e eles puxavam a ficha do sujeito, se era um bom arrecadador de oferta, simplesmente davam uma bronca na pessoa que mandava a denúncia. Então eu percebi que não há justiça, eu percebi que é um contra o outro. Você não tem amigos dentro da obra, muito pelo contrário, é um querendo puxar o tapete do outro, e eu percebi que não estava fazendo a obra de Deus coisa nenhuma. Eu apenas me tornei um deles, um arrecadador de ofertas e um hipócrita que pregava uma coisa e vivia outra. Foi aí que eu decidi sair! Já estava com proposta para pegar uma sede regional, porque eu era bem dedicado, mas tomei uma atitude muito difícil, que era sair, porque aparentemente eu estava até bem. Eu respirei fundo, pois não estava aguentando mais tanta hipocrisia, tanta mentira, tanta sujeira, e saí.
Fui taxado como louco quando eu saí, porque já estava para pegar uma sede regional, mas preferi sair. Muitos que queriam pegar uma regional não conseguiram, tinham muito mais tempo que eu de casa, e eu com pouco tempo já estava com essa proposta, mas eu preferi sair; larguei tudo e saí. Foi muito difícil recomeçar a vida aqui fora, muito difícil. Eu tinha parado meus estudos no ensino médio, tinha começado a trabalhar, porque quando eu fui para a obra tinha 18 anos apenas. Tinha acabado de ser dispensado do serviço militar, por excesso de contingente, então eu entrei muito novo para a obra e saí já maior de idade, com uma idade mais avançada.
O recomeço aqui fora foi muito difícil, mas o que eu fiz? Com muita força de vontade, eu superei as dificuldades, porque o que eles ensinam lá dentro é que quem sair vai ser derrotado, vai catar latinha na rua, o diabo vai matar, enfim, eles adoram contar histórias daquelas pessoas que saíram da obra e não arrumaram nada aqui fora. Ficaram na sarjeta, na miséria, eles adoram falar isso para colocar medo nos que estão lá dentro, mas engraçado que eles não falam daquelas pessoas que vencem aqui fora, e graças a Deus eu fui um desses.
Com muita dificuldade, muita luta, voltei a estudar. Terminei meu ensino médio e comecei a trabalhar. Trabalhei de garçom, de porteiro, depois eu fiz um curso técnico de enfermagem, com muita dificuldade, e fui trabalhar. Trabalhei como técnico durante anos, depois entrei na faculdade. Tranquei matrícula duas vezes, por problemas financeiros e diversas situações. Não consegui continuar, tranquei a matrícula, fiquei dois anos sem estudar, voltei, depois tive muitos problemas também, financeiros e outros mais. Tranquei novamente e, depois que eu consegui me reorganizar, trabalhando como técnico, aquela correria, voltei novamente para a faculdade e, para a glória de Deus e com muito esforço e boa vontade minha, consegui terminar a faculdade. Hoje sou formado, sou um enfermeiro, para a glória de Deus e com muito esforço da minha parte, muito esforço.
O que eu quero dizer é para você que ainda se encontra nesse lugar de engano, nesse lugar que só te faz pecar, só te faz fazer aquilo que não convém. Eu quero dizer para você que existe uma saída, que é possível recomeçar. É fácil? Não, é muito difícil, mas é possível recomeçar. Eu peço para você que tenha coragem, que tenha ânimo, que você possa sair desse lugar corrompido e recomeçar a sua vida. Era isso que nós falávamos para os membros quando éramos pastores, não é verdade? É possível recomeçar a vida aqui fora Que você possa tomar a sua decisão, porque Deus será contigo.
Veja só que história maravilhosa, adquira nosso livro Traumas religiosos e entenda como esse abuso aconte e principalmente como se reerger.
Your article helped me a lot, is there any more related content? Thanks!
Thank you for your sharing. I am worried that I lack creative ideas. It is your article that makes me full of hope. Thank you. But, I have a question, can you help me? https://accounts.binance.com/ph/register-person?ref=B4EPR6J0
Can you be more specific about the content of your article? After reading it, I still have some doubts. Hope you can help me.